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domingo, 25 de setembro de 2011

Troco Solidário: A Nova Onda do Imperador

Um dos meus desenhos animados preferidos é a Nova Onda do Imperador. Um show de dublagem de Marieta Severo e de Selton Melo. No filme, o imperador Cusco, figura egocêntrica ao extremo, inventa de querer se presentear com um recanto de veraneio nas montanhas de seu reino. Para isso ele terá que aniquilar uma vila inteira e, segundo ele, não está nem aí para o que vai acontecer com seus súditos. Pois bem, nós estamos passando por uma situação parecida. É o tal do troco solidário. Sabe o que é isso ? É uma forma que os empresários encontraram de se apropriar do seu troco em moedas, com um apelo super constrangedor e às vezes impossível de recusar: é para a caridade. Ora, quem não se comove em poder ajudar as criancinhas com câncer, o lar dos velhinhos, um centro de atendimento de pessoas com deficiência ou uma clinica de recuperação de drogados ? Ainda mais quando esse apelo é feito numa fila de supermercado ou padaria onde todos estão ouvindo e esperando sua resposta. Se você diz sim, nada de mais, ninguém te elogia pela atitude. Mas, se do contrário, você diz não, há uma imediata manifestação de desaprovação do público em geral, a partir do olhar treinado da operadora de caixa, acusando-o de insensível com uma expressão de quase indignação. Pois essa é a nova onda dos imperadores. Apoiados pelo Governo que cria campanhas contra a esmola, agora eles estão se apropriando das suas moedas. É isso que eles chamam de troco solidário. Já não bastam as ligações do telemarketing das grandes organizações filantrópicas que mandam buscar sua contribuição em casa ? Já não bastam as tributações e bi-tributações que os Governos inventam para aumentar nossa contribuição financeira para administrar esse país ? Agora querem, se aproveitando da bondade e da solidariedade do povo brasileiro, tirar nosso direito de receber o troco na mesma espécie com a qual pagamos nossas compras: em dinheiro. Afinal, nós não podemos pagar nossas contas com balinhas ou vales ou qualquer outro material. Tem que ser em dinheiro. Eles podem não ter troco para você que está tudo bem. Mas experimenta esquecer o dinheiro em casa e veja se você sai do estabelecimento com a mercadoria. Eu já consegui superar a vergonha e o constrangimento. Digo não em alto e bom som para o troco solidário ou outra iniciativa nociva ao meu dinheiro como essa. Afinal, quem sabe para onde vai mesmo esse dinheiro ? A prática de empresários e Governos mostram que eles não estão nem aí pra nós. Eu contribuo diretamente com as entidades sociais. Não preciso de intermediários. Não dou esmola, mas ajudo as OnG's que acolhem pessoas marginalizadas, segregadas, excluídas. Estimulo meus filhos a respeitarem o ser humano. Visitarem asilos e clinicas e hospitais que tratam de pessoas com necessidades especiais. Enfim, eles conhecem a realidade humana. Não precisam dar esmolas para afagar sua consciência. Sabe o resultado de minha prática em recusar dar-lhes minhas ricas moedinhas ? Já enchi vários cofrinhos e depositei tudo na poupança de meu filho. Façam o mesmo. Invistam em sua família e vamos exigir que os Governos administrem bem a montanha de recursos que destinamos a eles em virtude da pesada carga tributária deste país. Vamos dizer não a esse abuso, a essa Nova Onda dos Imperadores. Por falar nisso, preparem-se. A CPMF está voltando.

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